3 de set. de 2009

...e o mundo não se acabou

Olá, eu me chamo Denílson, mas todos me chamam de Deni e tenho 30 anos. Eu estou bastante nervoso, então peço a tua compreensão caso eu tropece em alguns fatos e/ou palavras.
Tudo começou quando eu conheci a Lúcia. Ela era uma mulher linda, inteligente, sedutora, muito educada e se demonstrou apaixonada por mim. Eu estava vivendo outro momento e viver uma paixão, um relacionamento, não era o que queria, mas me rendi àquela beleza monumental e dentro de duas semanas estávamos namorando.
Como no começo tudo são flores, as nossas eram as mais belas e cheirosas que podiam existir na face da terra. A harmonia entre os nossos corpos era uma coisa surpreendente. Não demorou muito até chamar aquilo que sentia no peito de amor, afinal a tristeza tinha perdido o seu lugar, tudo tinha mudado e só a alegria fazia parte do nosso cotidiano.

A primeira discussão veio por causa do SEXO. A Lúcia trabalhava muito e não tinha um apetite sexual que se comparasse ao meu. Logo vieram as primeiras puladas de cerca.
A segunda discussão veio por ciúme. Éramos muito libertos, mas ela era mais egoísta e restrita.
Mas logo o amor falou mais alto e as primeiras desculpas vieram.
A terceira discussão veio por causa da primeira, a quarta também, a quinta também e todas as outras. A MAIOR INVENÇÃO DOS DEUSES DESTRUIU O MAIOR AMOR DA MINHA VIDA.

A Bomba estourou na minha mão. Veio a fase de bar em bar com cervejas geladas; a fase das boates com vodka e red Bull; a fase das músicas relacionadas; todas as fases de quando se perde um grande amor. O nó no meu peito quase se tornou um câncer. Mas eu sobrevivi.
Hoje tem um ano que eu não a vejo, o que não quer dizer que eu não tenha recebido notícias dela. Eu ainda a amo e amarei por toda a minha existência, mas muitas outras questões me apertam o peito agora:
Eu não consigo aceitar nenhum elogio como verdadeiro, talvez por uma falta de amor próprio;
Eu não consigo me manter alegre por mais de 24 horas, talvez por uma culpa que carrego no meu inconsciente;
Eu não consigo me relacionar, talvez porque procuro em todas, os atributos da Lúcia;
Como você pode ver, eu até posso identificar as causas dos meus problemas, mas me enlouquece o fato de não saber como vencê-los. Andei levando a vida quase morto.

Olha, desculpa, eu não queria tomar muito do seu tempo, mas... eu precisava tanto...

Você sabe o que é ouvir do amor da sua vida que ao teu lado, ela não tem mais prazer? Que todo aquele sentimento passou? Em que ou em quem eu posso acreditar agora? Não, não responda que posso e tenho que acreditar em mim. Eu não existo mais. E não costumo crer em fantasmas.

Essa parece a história mais óbvia e comum, eu sei, mas... eu não agüento mais, sabe...

Você conhece alguma história de borboletas?
Uma borboleta negra, um dia desses, pousou no peito da minha Lúcia enquanto ela dormia, andou sobre o seu coração, sobre os teus pulmões, parou sobre o teu queixo, encarou-a, foi até seus lábios como quem beijava e voou, voou, voou, voou.
Na manhã seguinte acordei em prantos e minha Lúcia nunca mais acordou.

Não tenho por onde moço, não tenho por que, não tenho nada...
_Mas não seria o caso de uma terapia? Um médico? Não sei... é... isso pode ser muito sofrido...

Senhor, tudo que eu preciso está dentro deste frasco, o senhor precisa me vender.
_Humm! São R$ 50,00.
Obrigado.

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