28 de jan. de 2013

O gosto da última vez!

É quando o querer se confunde muito com o poder.
É tão difícil ser, de repente, uma coisa da maior importância.
É quando a angústia se confunde muito com o prazer.
É tão simples amar, gradativamente, uma pessoa tão grande.
É quando o "momento" se confunde muito com o "pra sempre".
É tão fácil perder, cedendo, aquilo que já não se tem.

Uma frase, um abraço, uma lágrima.
Um desespero, um nervoso, uma andança.
Um sufoco, uma palavra, outra lágrima.
Um táxi, outra vida.
Mas qual o gosto?
Sua boca tinha um gosto estranho
Sua pele salgava diferente a minha língua
Seu membro amargava mais o meu lábio
Minha lágrima adocicava meu rosto
Meu suor neutralizava todos os gostos
Mas quais os gostos?
O café amargo rasgava a úlcera da minha paixão
A farinha entalava o doce das palavras
A banana entupia as vias do coração aberto
Mas qual o gosto?
Não sei.
A última vez não deve ter um gosto
A falta não deve ter um gosto
A saudade...
Você, meu sabor predileto, neutralizou a capacidade da minha língua.
Egoísmo?
Não.
Falta de pique.
Sou eu quem vai.


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