...tocava "As Vitrines" de Chico Buarque, ele era o poeta a catar os restos pelas calçadas e ruas, restos de pensamentos, desejos, tesões, de palavras, de gestos que eram seus por terem sido do outro ou não. Ele caminhava, passivo as suas dores e tão lentamente que quase foi atropelado por duas vezes. Parou em frente a vitrine de uma loja de souviniers e soluçou um longo solilóquio:
_Às vezes penso que ele tá mais perdido em todos os sentidos e sentimentos do que eu, aí ele aparece de alguma forma e reestabelece a paz e a calma na nossa "relação"; Às vezes penso que ele é a segurança em pessoa e ele me escreve um desespero que me tira o sono por duas noites; As vezes que tento falar do meu amor, ele demonstra um sentimento sem tamanho; Às vezes acho que é demais tudo isso, às vezes acho que é pouco sentir-se assim... Sinto demais a vida, ela me dói a ponto de corroer certos órgãos do meu corpo. Estou doente. Essa loucura de viver essa febre à distância não era pra fazer sofrer, mas como toda febre de amor, o faz. Começo agora a sentir calafrios, tonturas, arrepios, dores, me seguro para não desmaiar e logo inicia um devaneio... não faz assim... não vai lá não... os letreiros a te colorir... volta... eu estou te vendo... embaraça a minha visão... esse é o teu cheiro... essa vitrine... te vendo passar... na galeria... o sol tá quente... vou te comprar um presente... a chuva... a chuva... ai... ai minha cabeça... estou cansado... preciso dormir... ai ai... vem... eu te vejo sumir por aí... eu te amo... eu...
CORTA!!!!! Grita o diretor lá de cima que segue com uma fala brusca:
_Olha querido, está muito bom o que você está fazendo, tem verdade no que você diz, mas não consigo ver ainda o peso desse amor nos seus olhos, você tem que lembrar que você ama esse homem, mesmo estando longe dele há tempos, e ama não por obrigação, ama por amar, por adoração, ama a sua inteligência, as suas palavras, a sua capacidade de amar e de sentir, as suas crenças, o seu estilo de vida, a sua alegria e sua tristeza, a sua forma de ver o mundo, enfim você ama cada centímetro de vida que pulsa nesse homem e isso eu tenho que ver no brilho do seu olho.
_O mais louco, diretor, é que eu sinto esse mesmo amor, essa mesma dor por uma estrela que vive sempre a vagar, que aqui também não está. Será que a falta dessa estrela está apagando o brilho do meu olhar? Está impedindo a minha personagem de amar? Será que vida e ficção eu não consigo mais separar? Ou será que foi apenas você que não soube enxergar o brilho do meu olhar?
_É. Apesar de você fazer muito bem, acho que não será bom pra você, fazer esse papel. Eu mesmo não sei como lidar com uma coisa tão próxima assim de você.
_Desculpe, diretor, mas eu acho que você quis dizer: de nós! Penso que agora fui teu espelho. Por que o medo?
_Às vezes penso que ele tá mais perdido em todos os sentidos e sentimentos do que eu, aí ele aparece de alguma forma e reestabelece a paz e a calma na nossa "relação"; Às vezes penso que ele é a segurança em pessoa e ele me escreve um desespero que me tira o sono por duas noites; As vezes que tento falar do meu amor, ele demonstra um sentimento sem tamanho; Às vezes acho que é demais tudo isso, às vezes acho que é pouco sentir-se assim... Sinto demais a vida, ela me dói a ponto de corroer certos órgãos do meu corpo. Estou doente. Essa loucura de viver essa febre à distância não era pra fazer sofrer, mas como toda febre de amor, o faz. Começo agora a sentir calafrios, tonturas, arrepios, dores, me seguro para não desmaiar e logo inicia um devaneio... não faz assim... não vai lá não... os letreiros a te colorir... volta... eu estou te vendo... embaraça a minha visão... esse é o teu cheiro... essa vitrine... te vendo passar... na galeria... o sol tá quente... vou te comprar um presente... a chuva... a chuva... ai... ai minha cabeça... estou cansado... preciso dormir... ai ai... vem... eu te vejo sumir por aí... eu te amo... eu...
CORTA!!!!! Grita o diretor lá de cima que segue com uma fala brusca:
_Olha querido, está muito bom o que você está fazendo, tem verdade no que você diz, mas não consigo ver ainda o peso desse amor nos seus olhos, você tem que lembrar que você ama esse homem, mesmo estando longe dele há tempos, e ama não por obrigação, ama por amar, por adoração, ama a sua inteligência, as suas palavras, a sua capacidade de amar e de sentir, as suas crenças, o seu estilo de vida, a sua alegria e sua tristeza, a sua forma de ver o mundo, enfim você ama cada centímetro de vida que pulsa nesse homem e isso eu tenho que ver no brilho do seu olho.
_O mais louco, diretor, é que eu sinto esse mesmo amor, essa mesma dor por uma estrela que vive sempre a vagar, que aqui também não está. Será que a falta dessa estrela está apagando o brilho do meu olhar? Está impedindo a minha personagem de amar? Será que vida e ficção eu não consigo mais separar? Ou será que foi apenas você que não soube enxergar o brilho do meu olhar?
_É. Apesar de você fazer muito bem, acho que não será bom pra você, fazer esse papel. Eu mesmo não sei como lidar com uma coisa tão próxima assim de você.
_Desculpe, diretor, mas eu acho que você quis dizer: de nós! Penso que agora fui teu espelho. Por que o medo?
Você fez o tal papel?
ResponderExcluirEU? O que te fez pensar que essa história é verídica? No meu caso, EU sou a ESTRELA A VAGAR!
ResponderExcluirVocê comentou uma vez sobre uma peça em que você ia fazer um papel muito parecido com situação emocional por qual estava passando.
ResponderExcluirNão... não fiz o papel daquela situação...
ResponderExcluirhumpf...